No Norte de Inglaterra, Boris Johnson pode derrubar a "muralha vermelha"
Em Sunderland, bastião trabalhista, o PM foi recebido com gritos de "mentiroso" e cometeu a sua maior gaffe. Mas, dentro da fábrica que visitou, há quem tenha gostado do que ouviu: "Agora voto nele".
Cátia Bruno Observador, 10 de dezembro 2019
“Ele é um mentiroso, isto são tudo mentiras!” O desabafo é feito ao Observador, de raspão, por um trabalhador da Fergusons, a maior transportadora do nordeste de Inglaterra, onde o primeiro-ministro e candidato principal do Partido Conservador, Boris Johnson, está de visita. “As coisas aqui estão horríveis: os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres estão cada vez mais pobres. Com ele, vai continuar tudo assim”, acrescenta o jovem, de casaco amarelo fluorescente, como todos os colegas, antes de virar costas e desaparecer sem sequer se identificar.
Esta foi uma das reações visíveis entre as dezenas de trabalhadores desta empresa, que se situa em Washington, um subúrbio de Sunderland, cidade do nordeste de Inglaterra conhecida por ser um bastião do Partido Trabalhista, mas onde se votou esmagadoramente pela saída da União Europeia no referendo do Brexit (61%), principal promessa, agora, do Partido Conservador.
Boris Johnson está de passagem por aqui por isso mesmo, depois de ter vindo de outra cidade do nordeste, a piscatória Grimsby, onde o padrão é o mesmo: vermelha por dentro, mas leaver por fora. Por esta altura, quando faltam muito poucos dias para a eleição, que irá acontecer esta quinta-feira, a equipa dos tories decidiu apostar na chamada “muralha vermelha” do nordeste de Inglaterra, na esperança de que o desejo pelo Brexit seja suficiente para convencer os eleitores a votarem num candidato conservador. (Leia o resto do artigo no site do Observador)