A expulsão da embaixadora da UE da Venezuela, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, é um episódio inédito da diplomacia europeia com Maduro. Mas há precedentes.
Cátia Bruno Revista Sábado, 29 de março 2021
"Quando houver um novo Governo nos EUA, mandaremos um embaixador. Um Governo que respeite os povos da América Latina, a América de Bolívar. Vayan-se al carajo, yankees di mierda, que aqui há um povo digno!"
A data era 11 de setembro de 2008 e foi assim que Hugo Chávez se dirigiu a uma multidão em frente ao Palácio de Miraflores, em Caracas, para demonstrar o seu apoio a um país aliado, a Bolívia. Os EUA tinham anunciado pouco antes a expulsão do embaixador bolivariano do seu território, em retaliação depois de o Governo de Evo Morales ter feito o mesmo, acusando os EUA de tentativa de golpe de Estado.
Foi assim que Patrick Duddy, o embaixador norte-americano em causa, ficou a saber que tinha 72 horas para abandonar o país. "Eu já tinha sido avisado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros [à altura Nicolás Maduro] para ter cuidado", revela à SÁBADO o antigo embaixador dos EUA por telefone, a propósito da cooperação que havia pedido diretamente a Chávez sobre matérias de narcotráfico internacional.